A hidráulica é uma velha companheira da tecnologia. Baseia-se no fato de que os líquidos não admitem compressão: é praticamente impossível, comprimindo-os, reduzir seu volume.
De fato, ao se aplicar pressão sobre um líquido, este responde contrapondo a mesma pressão em sentido inverso e na totalidade de sua superfície.
Elevador hidráulico
Pressão não é força. Pressão é uma força distribuída em cima de uma área: e é calculada, por exemplo, em quilogramas por centímetro quadrado (kg/cm²).
Isto permitiu que em 1652, Blaise Pascal formulasse o princípio do elevador hidráulico: aplicando-se um esforço relativamente pequeno num cilindro estreito.
Este, através de um tubo, permite movimentar um êmbolo no cilindro largo, possibilitando erguer cargas muito maiores do que, por exemplo, o peso do operador.
Logo notou-se que o dispositivo, operando deste modo, não era prático, pois era preciso manter o esforço, enquanto a carga erguida fosse assim necessária.
Só se relaxando a pressão no cilindro de controle, na hora de se descer a carga. Este fato foi facilmente resolvido, com o uso de válvulas hidráulicas.
Válvulas modernas
As válvulas logo foram incorporadas aos processos industriais, possibilitando desenvolver métodos de produção sofisticados, o que, com o início do uso da eletricidade, possibilitou o acionamento remoto, com o uso de válvula solenoide.
Usada para comandar a passagem intertravada de diversos fluidos, encontra vasta aplicabilidade em equipamentos domésticos, em instalações hidráulicas, em controle de níveis em reservatórios, em processos industriais, em equipamentos automotivos, entre outros usos.
O solenóide, que é uma variante do eletroímã, pode ser adquirido compatível com tensões automotivas (12/24V), domésticas (127/220V), industriais (380/440V), ou telefônicas (48V).
Somente em máquinas de lavar roupa ou pratos, válvula solenoide para água proporciona diversos recursos de admissão e de exaustão.
Válvulas de esfera
São assim chamadas, porque o obturador tem formato esférico e opera acomodado em sede que é uma cavidade esférica, o que assegura que o obturador possa girar.
Uma válvula de esfera pode apresentar dois acessos, geralmente montados em linha. A esfera apresenta uma passagem cilíndrica que, quando alinhada com os acessos.
Libera a passagem de fluido em qualquer dos sentidos mas, caso seja girada em 90°, a passagem fica obstruída. O produto pode ser projetado como válvula esfera tripartida.
O que significa que é constituída de três componentes básicos: o corpo central e as tampas laterais, contendo os acessos roscados.
É no corpo central que se localizam a esfera e as respectivas vedações; tudo isto, é integrado, via juntas de vedação e parafusado para compor o conjunto.
Outra alternativa técnica, é a opção por válvula esfera tripartida passagem plena. Caracteriza-se pela queda de carga reduzida, impactando pouco sobre a pressurização da linha.
A contrapartida é a válvula de esfera de passagem reduzida que, como o nome indica, deve assegurar perda de carga na linha caso isso convenha, demandando pressurização adicional para impulsionar o fluido em processo.
Aplicação em logística
Baseada predominantemente em transporte rodoviário, a logística de mercadorias no Brasil inclui veículos de transporte, que podem assumir portes de Vans.
E ir crescendo até chegar em carretas multiplamente articuladas, passando também por truks e tocos. Cada porte de veículo tem uma altura de plataforma, sem falar nas variações, entre marcas de chassis e de carrocerias.
Um depósito, de entrada e saída de mercadorias de empresas, deve possuir uma doca, pela qual trafegam empilhadeiras e na qual são montados pallets (plataformas de madeira compatíveis com “garfos” de empilhadeiras).
Diferente de um cais de porto, onde gruas carregam desde pallets até containers, as empilhadeiras chegam a entrar nos baús dos caminhões, introduzindo os pallets e os alinhando para transporte.
Isto gera um novo problema logístico: como possibilitar às empilhadeiras trafegar da doca para o baú, se cada veículo está sujeito a ter altura diferente?
É onde entra a plataforma niveladora para docas, rampa móvel, geralmente basculada, que possibilita acesso das empilhadeiras aos baús.
São acionadas por servomecanismos (pistões) hidráulicos, comandados por válvulas hidráulicas, uma para a ascensão, outra para o descenso. O conjunto, evidentemente necessita de ar comprimido e é operado manualmente, a partir de um painel de controle.
É portanto a plataforma niveladora de doca usada como ferramenta correta para a flexibilização da logística de mercadorias.
A partir do conceito do elevador hidráulico, viabilizaram-se dispositivos para todos os ramos de indústria, de prensas, a motoniveladoras.